domingo, 18 de outubro de 2015


PRÊMIO Rapticula de literatura
ofídios, cobras, mbóis, mboias e malacatifas... Bem no meio de um verão escaldante a serpente sai pelo mundo, revira os olhos de uns, estremece a razão de outros, rompe o fino lacre do poder que tem certas palavras, as escolhidas e então escritas na melhor ordem possível.

É assim que ELA escreve na pele nova da serpente. Pele nova. Sempre nova. Cada vez mais nova, porque “literatura é Novidade que permanece Novidade”. E é assim também que escutamos da voz de Ezra Pound o anuncio do dia: Sai o prêmio Rapticula de Literatura na categoria NOVIDADE do INDIZÍVEL.

Mas quem ousou escrever na pele da serpente? Quem assumiu o risco da picada de certas palavras e soube então dizer da sua ofidiofilia?

ELA é ítalo-brasileira, nascida na Eritreia, uma colônia italiana, mas soube nascer também aqui nesse mundão chamado Brasil e aqui se fazer moça, uma moça tecelã.

Senhoras e Senhores anunciamos o Prêmio Rapticula de Literatura 2015, na categoria NOVIDADE do INDIZÍVEL recebido por Marina Colasanti com seu livro “Hora de Alimentar Serpentes”.

Acompanhe um pedaço da pele da serpente:

DÉCIMA HISTÓRIA DE INSÔNIA

- Você sabe porque te chamei? pergunta o homem ao cordeiro.

- Sei. responde o cordeiro confiante -, para que eu pule a cerca e mate a tua insônia.

- Perdeu! diz o homem Para tirar tua pele e fazer um casaco, para tirar tua carne e fazer um churrasco. Não sem antes cortar tua garganta e oferecer-te a Deus. p. 365, 2013.

                       

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