Colagem: Geóriga Corrêa Marques
Tenho
inscrito no pêlo do leopardo
vários nomes que são meus
Vou
junto com a barba rala do homem velho
que quase caminha pela praia
Às
vezes eu sou a bala rápida
atravessando o coração do cimento
Mas
não venha me dizer que sou
o beijo de namorado
lábio dente língua cabelo
no banco da praça
Nem o traço doido da paisagem
criança música
o cheiro de livro velho
Talvez
eu seja sim
o beijo
e o deserto feio da criança
Talvez
nem seja o meu nome
que
corre pelas savanas caçando zebras
Nem
barba lâmina velho areia
Nem
projétil rápido
(lendo porque em coração
nada é ligeiro
tem que ser atemporal
navegar o sangue devagar
até o pulmão – voz louco
grito sopro.)
Geórgia
Corrêa Marques. Glóbulos negros.
1995. p. 25
A inspiração na ponta de uma caneta.
ResponderExcluirÉ isso aí, meu caro... a criatividade escorrendo por todos os lados de Geórgia Corrêa Marques, uma poeta perdida por esse mundão. Divulgue a arte dela. É disso que o mundo precisa.
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